Monchique - a cadeia de comando
Vítor Vaz Pinto, comandante distrital da Proteção Civil de Faro, coordenou as operações de combate ao incêndio de Monchique durante cinco dias. Ao quinto dia, a coordenação do incêndio passou para o comando nacional o que levou muita gente a pensar que o Governo o tinha afastado. Na realidade a substituição foi praticamente automática a partir do momento em que o nível de incêndio subiu de quatro para cinco.
O Sistema de Gestão de Operações esclarece no artigo 1º que deve ser garantido o “desenvolvimento de um sistema evolutivo de comando e controlo adequado à situação em curso”. Ou seja: quanto maior o incêndio, maior terá de ser a hierarquia do comando.
Ora aqui é que está o erro que já no passado deu maus resultados. Compreendo que seja complicado comandar um número elevado de efectivos e veículos e por isso que se tenha de subir a hierarquia de comando. Por outro lado, quem é que conhece melhor a região? O comandante distrital ou um tipo que passa o tempo sentado numa cadeira em Lisboa?
Como é óbvio quem está no terreno vai passando informação à cadeia de comando, mas há sempre falhas e pequenos detalhes - como caminhos - que apenas os locais conhecem. Resultado: descoordenação entre efectivos e a realidade no terreno. Assim foi em Pedrógrão e assim voltou acontecer...
Um grande obrigado a quem neste momento tão crítico está a combater as chamas.