Benfica - Quem é que se vende por uma camisola!?
Não está em questão o crime realizado por funcionários judiciais instalados dentro da própria instituição a quem compete combater o crime. O crime que viola os direitos humanos e a privacidade dos mesmos, assim como, o roubo de passwords a Magistrados, são crimes bastante graves, mas a minha questão é outra: o que faz com que pessoas com acessos especiais, retirem informação em troca de uma camisola?
Penso que a resposta é a permeabilidade à paixão clubística e aos seus dirigentes pelos infractores. Não creio, que um funcionário judicial se "venda" por tão pouco. Estas oferendas/pagamentos em camisolas, vouchers ou promessas de emprego para familiares, não são pagamentos que justifiquem crimes tão graves. É claro que a construção jurídico penal tem de mostrar que há bens a circular.
Por outro lado, é claro que estacionar o carro num lugar VIP no estádio; passear-se dentro do estádio onde apenas os VIP circulam e com acesso aos jogadores, dá "status" às pessoas em questão. Há uma grande diferença entre um convidado VIP e o adepto comum. Enquanto um tem de estacionar o carro a 2 km de distância do estádio, estar 1 hora numa fila com empurrões e depois andar à cata do seu querido lugar, para além de pagar do seu bolso a sua bifana e a mini gelada, enquanto os VIP bebem champanhe e comem marisco de borla... e claro, nada chega ao "calcanhares" de uma foto no Facebook com um jogador do clube do coração e uma taça de champanhe na tribuna VIP pertinho do Senhor Presidente.
É senso comum, que há uma combinação entre os adeptos e a paixão clubística, onde as emoções são exploradas em benefício dos clubes das mais variadas formas. Os adeptos estão disponíveis para aceitar tudo em função do seu clube. Os adeptos têm uma espécie de pacto de silêncio mesmo quando o seu clube faz as maiores malfeitorias, ou quando os mesmos as fazem em função do clube do coração.
Há muitos adeptos do seu clube do coração, de futebol, não sei se há assim tantos....