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iTUGGA

Blog de um português...

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Bairro da Jamaica - SICN

A Teresa Dimas disse hoje na SICN que se vê pouca gente na rua no Bairro da Jamaica. Quando a Teresa Dimas descobrir que para as pessoas que ali moram o sábado é um dia normal de trabalho como outro qualquer, vai ficar de boca aberta.

 

A seguir, diz desconhecer o funcionamento dos cafés no Bairro Jamaica porque na altura em que fez a reportagem não entrou em nenhum deles. Ora aqui está um belo exemplo do jornalismo em Portugal: fazer reportagem sem ir aos sítios.

 

IRA - Terroristas ou justiceiros irónicos?

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Sempre que leio a sigla IRA lembro-me do Exército Republicano Irlandês e da música dos U2 "Sunday bloody Sunday", mas desta vez escrevo acerca de outro IRA. Eu, tugga que sou, descansado neste rectângulo de terra à beira Atlântico plantado, no conforto do meu sofá, descobro que  Portugal está cheio de terroristas: primeiro, foram os membros da claque do Sporting que invadiram a academia e, agora, os terroristas do IRA (Intervenção e Resgate Animal) que resgatam animais "cute", com paus, pedras e machados. Todos eles com pinta de seguranças do "Urban".

 

A festa do costume, começou quando uma reportagem TVI de Ana Leal - sempre ao lado do sensacionalismo - expõe a organização (IRA) com ligações a movimentos nazis, dizendo que usam a violência e armas de fogo para resgatar crias de gatos e cães. Até percebo que podem ser um bando de criminosos que batem em velhinhas que se esqueceram de dar a ração ao cão. Logo, não confirmo, nem desminto.  Mas espero que a polícia investigue e os tribunais provem tais acusações. O que me meteu alguma impressão foi a clara forma tendenciosa e de má fé como a reportagem foi realizada, especialmente a parte em que mostram um vídeo do canal de YouTube do IRA e usam apenas os excertos que convém, para dar força à tese de terrorismo e associação criminosa. A questão é que goste-se ou não do propósito do IRA, a verdade é que organizações destas só existem porque as entidades competentes não actuam quando devem. Por outro lado, já pensaram na "ironia" que está por detrás aqueles vídeos?

"Fake News"

Foi com a eleição de Donald Trump para a Casa Branca que as notícias falsas ganharam a atenção do mundo. Apesar de já cá andarem há muito tempo. Actualmente as eleições no Brasil estão na frente da tendência desinformativa. A mais recente polémica em Portugal, a envolver o Facebook e os sites no Canadá foi o mote para Portugal abrir os olhos para este fenómeno que veio confirmar o que muito suspeitavam: as redes sociais são usados para "decapitar pessoas" moralmente ou influenciar a intenção de voto.

 

As redes sociais escondem outro fenómeno. O efeito inverso: quando apanhados, muitos suspeitos escudam-se nas "fake news" para se livrarem das acusações. É assim em terras de Camões, como é em qualquer parte do mundo. A dificuldade está em descobrir o que é verdade e o que é mentira. O problema não é tanto as pessoas acreditarem nas fake news, mas sim, não acreditarem nas real news e nisso os media tradicionais têm culpa e não querem admitir. Muitas vezes são os próprios jornais a criarem as "fake news". Quantas vezes foi o extinto jornal "O Independente" a tribunal? Quantas vezes é que o CM já foi processado? Em ambos os casos dezenas de vezes...

 

A técnica é usada pela esquerda e pela direita - em Portugal temos alguns exemplos (a notícia do relógio milionário de Catarina Martins do BE ou o falso cartão da PIDE de Cavaco Silva, entre muitos outros). Muitos perguntam: como conseguem fazer isso? Nada melhor do que uma notícia inventada e sensacionalista que se torna viral, porque há um povo pronto para acreditar. A réplica nas redes sociais é a norma e o método mais eficaz para atingir os objectivos de propagar a notícia. Assim se faz política no século XXI. 

 

Ainda sou do tempo em que noticias falsas só no "Jornal do Incrível", enquanto os outros jornais esperavam ansiosamente pelo dia 1 de Abril para publicar noticias falsas. Outros tempos...

Buscas em Pedrógrão Grande - Curiosidades

A Polícia Judiciária está a fazer buscas nas instalações da Câmara Municipal de Pedrógão e na Casa da Cultura à procura de provas para o processo em que se investigam alegadas irregularidades na atribuição de fundos para a reconstrução das casas destruídas pelos fogos de 2017. Acerca destas buscas, há "curiosidades" que me deixam perpelexo. Senão vejamos:

 

- Os orgãos de comunicação social, nomeadamente a TVI, noticiou as buscas na Câmara Municipal de Pedrógrão Grande antes dos agentes da PJ chegarem ao local - no mínimo curioso. O segredo de justiça/investigação onde está?? Ainda falam do Paulo Gonçalves e do Benfica. Estes telefonemas "mágicos" de orgãos judiciais aos orgãos de comunicação social não são de agora.

 

 - A investigação já estava em curso desde junho e não foi despoltada pela reportagem "Compadrio" - como a TVI noticia a miúde. O Ministério Público abriu, nessa altura, um inquérito para investigar alegadas irregularidades na reconstrução de casas afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande. Não esquecer que os “inquéritos judiciais” em curso são da iniciativa da autarquia.

 

- A investigação foi despoltada a pedido da Câmara de Pedrógrão Grande  - ainda antes da famosa reportagem -  tendo  sido feito de novo um pedido de investigação (esta semana)  à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), o envio, com o pedido de averiguação, ao Ministério Público. 

 

- O Presidente do Município Pedroguense, é um ex-inspector da Polícia Judiciária de nível reconhecido entre pares. O que torna a investigação no mínimo estranha, pois com facilidade Valdemar Alves saberia quando e onde a Judiciária iria investigar. Quero acreditar na boa fé do Presidente.

 

 - As reportagens em loop um pouco por todos os canais, baseadas no diz que disse e sem documentação que o prove é o jornalismo que temos. Notícias como: "Segundo o jornal X...", é sempre um terceiro que afirma, no fim ninguém sabe a fonte da notícia.

 

PS - devo mencionar que sou pedroguense e que estive no edifício da Câmara Municipal entre as 9h e as 11h 30m a tratar de assuntos particulares. Quando eu e os presentes virmos a notícia da TVI fartamos-nos de rir, pois ninguém da polícia lá estava na altura. Os agentes chegaram 40 minutos depois.

 

Desejo acima de tudo que a verdade chegue à justiça, o que nem sempre acontece.

Imprensa Internacional

Tenho por hábito dar uma vista de olhos pela imprensa mundial. Hoje encontrei uma primeira página que tenho de partilhar convosco: Herald Sun, Austrália; autor: Mark Knight; o mesmo cartoonista acusado de racismo por mostrar Serena Williams a fazer uma birra.

 

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Um cartoonista exagera sempre os traços físicos das pessoas que retrata, essa é a essência de um cartoon. Se a pessoa for negra, isso pode constituir racismo? E se for mulher, é sexismo? Ou tudo isto é falso moralismo?

 

Reportagem "Compadrio" - TVI

Quando escrevo este post, a reportagem TVI com o nome "Compadrio" - acerca das irregularidades na reconstrução das casas de primeira habitação ardidas no conselho de Pedrógrão Grande em 2017, ainda não foi emitida. Irá ser emitida durante o Telejornal às 20 horas de hoje no referido canal. Mas, o que me já vi da mesma, repudia-me...

 

Mas vamos por partes,

pelo que me chegou ao conhecimento, a reportagem acerca do alegado esquema de compadrio na atribuição de donativos para as vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande e o uso fraudulento dos mesmos na reconstrução das casas ardidas com a ajuda e consentimento dos poderes públicos locais são a base da suposta investigação da reportagem.


Sei também, que o presidente da Câmara Municipal de Pedrogão Grande e o ex- vereador Bruno Gomes na época encarregue pela reconstrução das casas - têm conhecimento de uma investigação judicial acerca de irregularidades no processo que envolveu a atribuição de donativos. Processo ainda em investigação e em que nada foi provado...

 

A reportagem vem agora, alegadamente, com testemunhos inéditos, na primeira pessoa, que garantem que tiveram indicações para adulterar os processos de candidatura, forjando moradas de residência, com a conivência dos poderes públicos locais. Tudo isto depois de se ter dado inicio a uma investigação por parte das autoridades competentes.

 

Sendo eu da zona e conhecendo pessoalmente alguns dos intervenientes desta história, tenho a obrigação moral de esclarecer alguns pontos acerca desta pseudo-reportagem.

 

O que a jornalista fez foi pegar numa desavença famíliar (conhecida na freguesia em questão- Vila Facaia - trazendo-a para a esfera pública. Usa a desavença entre dois irmãos como base para uma reportagem com muito fumo onde já infelizmente ardeu tudo. Na reportagem o irmão do então Presidente da Junta de Freguesia de Vila Facaia afirma que os poderes públicos com incidência no irmão o aconselharam a indicar na documentação oficial uma casa degradada pertença de sua mãe como sendo a sua (e da mãe) primeira habitação. É de salientar que a Junta de Vila Facaia, ao contrário do que a reportagem inicia, ficou de fora de todo o processo de reconstrução das casas. 

 

Parece-me mais um sacudir de água do capote, deste e de outros usurpadores de dinheiros públicos, que com medo de ser apanhados devido à investigação em curso, tentam a todo o custo colocar a culpa em terceiros pelos seus próprios actos. Neste caso em particular, foi o próprio irmão - Presidente da Junta - o primeiro a manifestar-se acerca de algumas irregularidades nos processo e daí a desavença entre famíliares, que a reportagem não menciona. Ou seja, a repórter não descobriu nada de novo, pois já está a decorrer uma investigação. Apenas deu voz aos criminosos, que assim, tiverem oportunidade de sacudir a culpa para outros.

 

Em segundo plano, a reportagem demonstra que algumas das reais primeiras habitações, ainda não estão concluídas, sendo que, as supostas segundas habitações que passaram a primeiras com falsas alegações, já estão prontas. Mais uma vez, a honestidade da reportagem falha em toda a linha. A reportagem omite propositadamente, que as casas de primeira habitação, que ainda não foram concluídas, deve-se a objecções levantadas pelos proprietários - nomeadamente devido à redução da áreas das habitações e o derrube de paredes de xisto - e não aos mecanismos públicos, como a reportagem tenta fazer passar, sendo apenas esse o motivo da existência de algumas pessoas habitarem casas da segurança social.

 

A repórter em entrevista ao Presidente da Câmara de Pedrógrão Grande que lhe desmente a situação, enquanto a jornalista sem provas e a basear-se no "diz que disse" e em documentação que supostamente alguém que foi apanhado em falcatrua, diz agora ter sido coagido a preencher,  quer sobrepor-se à investigação em curso e acusar o munícipo de desonestidade.

 

A falta de coerência e desonestidade intelectual da jornalista autora da reportagem em questão já é demais conhecida - tendo sido alvo de vários processo disciplinares quer pela estação para a qual trabalha, quer da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, sendo a falta à verdade uma das principais causas. Mais uma vez, baseada em meias verdades e em omissões propositadas, faz uma reportagem sem fogo, mas com muito fumo... todos já sabiamos das suspeitas.

 

Espero resposta pública das autoridades competentes....

Agitada e sensacional entrevista com Adolfo Hitler - por António Ferro

Fez este ano 73 anos que a II Guerra Mundial terminou. Para relembrar a data o DN republica a entrevista de António Ferro a Hitler, em 1930, quando o nazi ainda não tinha chegado ao poder. 

 

O problema em entrevistar Hitler, como António Ferro bem sabia, era que ele detestava dar entrevistas, desconfiava de todos os jornalistas (sobretudo dos que não falavam alemão), desprezava os países de origem latina e vivia cercado de guarda costas fardados, a que Ferro chamou a “camisaria castanha”.

 

Foi uma entrevista fugaz de três minutos em pé e sobre um olhar arrogante de Hitler. Foram apenas três perguntas, mas valeram a ida a Munique. A entrevista a Hitler de António Ferro: 

 

Hitler, que não se senta, que fica em sentido, escoltado pelos seus "fiéis", comanda nervosamente:

- Três perguntas rápidas e expressivas.

 

Faço fogo:

- O seu partido é o partido da paz ou o partido da guerra?

Resposta breve, incisiva, sacudida:

- O meu partido é o partido da paz, mas não da paz de Versalhes!

E Hitler, metendo as mãos nos bolsos, olha-me com arrogância, como se eu fosse, de facto, um francês disfarçado.

 

Descarrego novamente:

- Há quem afirme que muitos comunistas têm ingressado dentro do seu partido, depois das eleições. É verdade?

E Hitler, sempre com a mesma voz militar, satisfeito pela pergunta-reclamo:

- Não é verdade! Os nacionais-socialistas são os maiores inimigos de Moscovo, a única verdadeira muralha, na Europa, contra o bolchevismo! Respeitamos, respeitaremos sempre a propriedade particular e todos os esforços individuais.

 

Terceira e última pergunta, a bala de canhão:

- O partido nacional-socialista é um partido monárquico ou é um partido imperialista indiferente à forma de regime?

Hitler corrige:

- Nem monárquicos nem imperialistas, alemães apenas! Monroe queria a América para os americanos... Eu e os meus partidários queremos a Alemanha para os alemães! E aqui tem, em quatro palavras, todo o meu programa.

 

Calcanhares unidos, numa pancada seca, saudação fascista, braço erguido, e Hitler retira-se - Um! dois! Um! dois! Um! dois! - como se fosse já para a guerra, seguido pelo seu ajudante impecável, feito de uma só peça, de uma peça de artilharia.

 

Para retirarem as vossas conclusões, recomendo a leitura hoje republicada.