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Blog de um português...

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Há cada vez mais pessoas a dormir em tendas no centro de Lisboa

tenda sem abrigo.jpg(foto: Mafalda Gomes/Jornal i)

 

Há cada vez mais pessoas a dormir em tendas no centro de Lisboa. Este foi o título de primeira página que me levou a comprar o jornal i na versão em papel e fiquei chocado com o que li. Todos os lisboetas têm noção da existência de sem abrigos nas ruas da cidade, na sua maioria desempregados ou pessoas com problemas de drogas/alcóol. Da Almirante Reis até ao Cais do Sodré, passando pelo Rossio, vivem cerca de 400 pessoas nas ruas da cidade, e nem todas dormem debaixo de uma manta e enfiados numa qualquer caixa de cartão que um dia serviu para transportar um electrodoméstico. Nos últimos meses está a surgir um novo tipo de sem abrigo, aqueles que dormem em tendas nas ruas de Lisboa. Estes T1 de lona são a única habitação destes sem abrigo que até têm emprego, sejam efectivos ou alguns biscates, mas não ganham o suficiente para manterem o que toda a gente tem direito: uma casa. Um simples quarto na cidade custa 300 euros por mês, quando o subsídio de reinserção ronda os 200, sendo este um exemplo. Para uns ganharem centenas, outros honradamente vivem na rua.

Na reportagem perguntam a alguns do que tinham saudades nas suas vidas antes de virem "acampar" nas ruas da cidade mais cara de Portugal. Uns dizem que é só de uma cama, outros de algum tipo de comida que agora não têm oportunidade de comer.  Portugal continua como sempre:  a olhar para o lado sempre que não gosta do que vê... pior, há uns humanóides que se preocupam tanto com os gatinhos, gafanhotos e outros que tal, mas não são capazes de estender a mão ao seu semelhante. 

Isto de acampar em locais que o preço do metro quadrado chega aos 4000 euros é um luxo, dizem alguns sarcásticos... então comprem uma tenda e vão acampar para o centro da cidade.

"Fake News"

Foi com a eleição de Donald Trump para a Casa Branca que as notícias falsas ganharam a atenção do mundo. Apesar de já cá andarem há muito tempo. Actualmente as eleições no Brasil estão na frente da tendência desinformativa. A mais recente polémica em Portugal, a envolver o Facebook e os sites no Canadá foi o mote para Portugal abrir os olhos para este fenómeno que veio confirmar o que muito suspeitavam: as redes sociais são usados para "decapitar pessoas" moralmente ou influenciar a intenção de voto.

 

As redes sociais escondem outro fenómeno. O efeito inverso: quando apanhados, muitos suspeitos escudam-se nas "fake news" para se livrarem das acusações. É assim em terras de Camões, como é em qualquer parte do mundo. A dificuldade está em descobrir o que é verdade e o que é mentira. O problema não é tanto as pessoas acreditarem nas fake news, mas sim, não acreditarem nas real news e nisso os media tradicionais têm culpa e não querem admitir. Muitas vezes são os próprios jornais a criarem as "fake news". Quantas vezes foi o extinto jornal "O Independente" a tribunal? Quantas vezes é que o CM já foi processado? Em ambos os casos dezenas de vezes...

 

A técnica é usada pela esquerda e pela direita - em Portugal temos alguns exemplos (a notícia do relógio milionário de Catarina Martins do BE ou o falso cartão da PIDE de Cavaco Silva, entre muitos outros). Muitos perguntam: como conseguem fazer isso? Nada melhor do que uma notícia inventada e sensacionalista que se torna viral, porque há um povo pronto para acreditar. A réplica nas redes sociais é a norma e o método mais eficaz para atingir os objectivos de propagar a notícia. Assim se faz política no século XXI. 

 

Ainda sou do tempo em que noticias falsas só no "Jornal do Incrível", enquanto os outros jornais esperavam ansiosamente pelo dia 1 de Abril para publicar noticias falsas. Outros tempos...

Imprensa Internacional

Tenho por hábito dar uma vista de olhos pela imprensa mundial. Hoje encontrei uma primeira página que tenho de partilhar convosco: Herald Sun, Austrália; autor: Mark Knight; o mesmo cartoonista acusado de racismo por mostrar Serena Williams a fazer uma birra.

 

herald sun.jpg

Um cartoonista exagera sempre os traços físicos das pessoas que retrata, essa é a essência de um cartoon. Se a pessoa for negra, isso pode constituir racismo? E se for mulher, é sexismo? Ou tudo isto é falso moralismo?

 

Agitada e sensacional entrevista com Adolfo Hitler - por António Ferro

Fez este ano 73 anos que a II Guerra Mundial terminou. Para relembrar a data o DN republica a entrevista de António Ferro a Hitler, em 1930, quando o nazi ainda não tinha chegado ao poder. 

 

O problema em entrevistar Hitler, como António Ferro bem sabia, era que ele detestava dar entrevistas, desconfiava de todos os jornalistas (sobretudo dos que não falavam alemão), desprezava os países de origem latina e vivia cercado de guarda costas fardados, a que Ferro chamou a “camisaria castanha”.

 

Foi uma entrevista fugaz de três minutos em pé e sobre um olhar arrogante de Hitler. Foram apenas três perguntas, mas valeram a ida a Munique. A entrevista a Hitler de António Ferro: 

 

Hitler, que não se senta, que fica em sentido, escoltado pelos seus "fiéis", comanda nervosamente:

- Três perguntas rápidas e expressivas.

 

Faço fogo:

- O seu partido é o partido da paz ou o partido da guerra?

Resposta breve, incisiva, sacudida:

- O meu partido é o partido da paz, mas não da paz de Versalhes!

E Hitler, metendo as mãos nos bolsos, olha-me com arrogância, como se eu fosse, de facto, um francês disfarçado.

 

Descarrego novamente:

- Há quem afirme que muitos comunistas têm ingressado dentro do seu partido, depois das eleições. É verdade?

E Hitler, sempre com a mesma voz militar, satisfeito pela pergunta-reclamo:

- Não é verdade! Os nacionais-socialistas são os maiores inimigos de Moscovo, a única verdadeira muralha, na Europa, contra o bolchevismo! Respeitamos, respeitaremos sempre a propriedade particular e todos os esforços individuais.

 

Terceira e última pergunta, a bala de canhão:

- O partido nacional-socialista é um partido monárquico ou é um partido imperialista indiferente à forma de regime?

Hitler corrige:

- Nem monárquicos nem imperialistas, alemães apenas! Monroe queria a América para os americanos... Eu e os meus partidários queremos a Alemanha para os alemães! E aqui tem, em quatro palavras, todo o meu programa.

 

Calcanhares unidos, numa pancada seca, saudação fascista, braço erguido, e Hitler retira-se - Um! dois! Um! dois! Um! dois! - como se fosse já para a guerra, seguido pelo seu ajudante impecável, feito de uma só peça, de uma peça de artilharia.

 

Para retirarem as vossas conclusões, recomendo a leitura hoje republicada.