1986 - As maiores eleições presidenciais de sempre
Decorria o ano de 1986 e com a morte súbita de Mota Pinto, a queda do bloco central e a ascensão de Cavaco Silva a líder do PSD, deu um enorme desgaste ao Governo, que era tão grande que a primeira sondagem para as Presidenciais de Mário Soares davam-lhe apenas 8%. Na direita tinha Freitas do Amaral como adversário, com o apoio do PSD e do CDS. A esquerda estava dividida entre Lourdes Pintasilgo e Salgado Zenha, apoiado pelo PCP e o PRD, de Ramalho Eanes. Um desacato na Marinha Grande deu novo fôlego à campanha de Mário Soares e apareceu o slogan inventado por um jovem do CDS: " Soares é Fixe!", que o levou ao segundo lugar na primeira volta e empurrou Freitas do Amaral para uma segunda ronda. O grande vencedor da primeira volta foi Freitas do Amaral, com 46% dos votos, Mário Soares passou à segunda volta com 24%.
O fundador e presidente dos democratas-cristãos ganha a primeira volta e abre uma janela de optimismo nos eleitores do então PPD-PSD e do CDS, que votam maciçamente na candidatura "Pra Frente Portugal". Só que Mário Soares, que partira nas sondagens com pouco mais de 8%, alcança 25,4% à primeira volta e parte para a segunda com a difícil missão de unir a esquerda, desde logo obrigado a captar o voto dos apoiantes do PCP. E ganhou. Jamais teremos eleições assim em Portugal, renhidas, com disputas, mas leais. Nada que se compare a aprendizes de feiticeiro das eleições de 2021. Fachistas e Trotskistas aprendam com as lições do passado...