O mundo que temos XXVI
Depois de 48 anos a ensaiar o mesmo discurso, não há desculpa nenhuma para os parlamentares do PCP não serem os melhores oradores da Assembleia. Só que não...
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Depois de 48 anos a ensaiar o mesmo discurso, não há desculpa nenhuma para os parlamentares do PCP não serem os melhores oradores da Assembleia. Só que não...
Tanta terra para cavar e tanta lenha para rachar e vocês aqui a ler esta porcaria de blog!! Devem pensar que esta espelunca é a Assembleia da República... vão mas é votar no dia das eleições.
Ainda sou do tempo em que não havia redes sociais e os meios de comunicação social não precisavam de notícias para alimentar os leitores/ouvintes/telespectadores ao minuto. Assim sendo, é possível que esta palhaçada que se passa no partido Livre não tivesse qualquer relevância nos media. Mas os tempos são outros e os partidos também.
Os nossos partidos tradicionais têm muitos defeitos, fazem muitas asneiras, estão cheios de caciqueiros e de pessoas que desconhecem o verdadeiro significado da política, mas no geral têm prestado um bom serviço a Portugal, apesar dos muitos lobbys instalados. Pelo que se vê, os novos partidos não. Os desentendimentos entre a deputada e a direção do Livre começaram pouco depois das eleições legislativas. E este parece ser o único ponto consensual entre as duas partes. Porque em tudo o resto, estão em desacordo. Aliás, já se adivinhava algo do tipo, senão vejamos: a primeira negra cabeça de lista eleita ostentando o seu ativismo antirracista e uma deficiência de fala. Quando se mostrou ao eleitorada já denotava a sua arte com frases do tipo "foi preciso eu aparecer para os outros partidos se lembrarem de pôr negras em lugar elegível". Sempre num tom raivoso, depois a sua abstenção no voto sobre os colonatos na Palestina que belo toque de anarquia. Depois acusou a seguir a direção de "golpe" e de a querer "descartar", sem no entanto explicar por que motivo e como. Que bela autocrata. Este ano o circo de Natal instalou-se em são Bento.
Comemorou-se por estes dias 30 anos do derrube do muro de Berlim - sim, o muro foi derrubado, não caiu sozinho. Festejámos a democracia, a liberdade para falar, discordar e votar, sem constrangimentos além da Lei. Entretanto em Portugal andámos para trás 40 anos. Pretendem silênciar os partidos com apenas um deputado, como o Livre, Iniciativa Liberal e Chega que ficaram esta sexta-feira sem tempo de intervenção no próximo debate quinzenal com o primeiro-ministro.
Tudo porque o medo da antiga geringonça se tornou numa espécie de despotismo e não pretendem atribuir às novas forças políticas a mesma excepção que foi aberta para o PAN, na anterior legislatura. Pois é, o PAN é de esquerda e uma muleta de Costa. Agora há duas vozes grossas dissonantes que ecoam bem alto porque sabem passar a mensagem e isso assusta a esquerda que tudo fará para os calar. Os partidos não gostam de concorrência. Mas se, em 2015, votaram a favor para o PAN poder intervir, como é que agora vão votar contra? Sei que a incoerência não lhes tira o sono, mas há limites. Ferro Rodrigues vai permitir?
As regras da AR, algumas escritas outras de tradição, devem servir para assegurar a representatividade, impedindo que uma maioria possa calar uma ou várias minorias. A posição do PS, BE, PCP e PEV está a amordaçar a democracia.
O Diário de Notícias leu a tese de doutoramento de André Ventura (2013), líder do Chega e descobriu um académico preocupado com os direitos de agressores sexuais, o crescimento do poder das polícias e a discriminação de minorias. Tão polido e "politicamente correto", era este doutor Ventura. Mas direitos de agressores sexuais?
O doutor Ventura argumenta contra o securitarismo, contra o populismo, contra os políticos que procuram ganhar votos com os medos e preconceitos. O curioso é que é exactamente o que ele faz em 2019 e assim conseguiu eleger-se. Defendeu os direitos dos suspeitos e até dos condenados, hoje pede penas maiores para os mesmos. Indignou-se com a discriminação das minorias - ciganos, africanos e islâmicos - hoje faz "campanha" contra ciganos e os bairros sociais apelidando-os de preguiçosos. Uma tese não é uma opinião, é uma questão científica, mas apregoar uma coisa que vai contra a "ciência" que estudou, é o quê? Hipocrisia política? Ou hipocrisia científica? O doutor Ventura de saber académico é diferente, do doutor Ventura da televisão. Agora está mais popular, mais perigoso, mais esperto e com direito a uma palavra na Assembleia da República...
A agência de notícias internacional Reuters publicou hoje, através do fotógrafo Rafael Marchante, algumas imagens do debate do Orçamento de Estado 2019 na Assembleia da República. Entre elas, houve uma que se destacou.
Uma fotografia da deputada socialista Isabel Moreira a pintar as unhas durante o debate no Parlamento. Será que a doutora Isabel Moreira faz deslocações? Tenho as unhas dos pés num estado deplorável...
O Ministério Público irá investigar, e bem, a veracidade das moradas fiscais das pessoas cujas casas arderam em Pedrógão Grande. Mas, se fossem deputados, a palavra de honra seria suficiente...
Ou seja, existe um denominador comum entre os indivíduos que alteraram a morada fiscal para que lhes reconstruam as casas em Pedrógão e aqueles que fizeram o mesmo para receberem mais subsídios em São Bento: são portugueses... a diferença é que uns são deputados e a palavra deles basta, os outros têm de provar por A+B que o que herdaram do pai é mesmo deles.