Livre, aprisionado?
Ainda sou do tempo em que não havia redes sociais e os meios de comunicação social não precisavam de notícias para alimentar os leitores/ouvintes/telespectadores ao minuto. Assim sendo, é possível que esta palhaçada que se passa no partido Livre não tivesse qualquer relevância nos media. Mas os tempos são outros e os partidos também.
Os nossos partidos tradicionais têm muitos defeitos, fazem muitas asneiras, estão cheios de caciqueiros e de pessoas que desconhecem o verdadeiro significado da política, mas no geral têm prestado um bom serviço a Portugal, apesar dos muitos lobbys instalados. Pelo que se vê, os novos partidos não. Os desentendimentos entre a deputada e a direção do Livre começaram pouco depois das eleições legislativas. E este parece ser o único ponto consensual entre as duas partes. Porque em tudo o resto, estão em desacordo. Aliás, já se adivinhava algo do tipo, senão vejamos: a primeira negra cabeça de lista eleita ostentando o seu ativismo antirracista e uma deficiência de fala. Quando se mostrou ao eleitorada já denotava a sua arte com frases do tipo "foi preciso eu aparecer para os outros partidos se lembrarem de pôr negras em lugar elegível". Sempre num tom raivoso, depois a sua abstenção no voto sobre os colonatos na Palestina que belo toque de anarquia. Depois acusou a seguir a direção de "golpe" e de a querer "descartar", sem no entanto explicar por que motivo e como. Que bela autocrata. Este ano o circo de Natal instalou-se em são Bento.